Além dos três, são alvos da intimação Frederick Wassef, Fabio Wajngarten, general Mauro Lorena Cid, entre outros

Jair Bolsonaro, Michelle e outros envolvidos no escândalo das joias são intimados pela PF para depoimento simultâneo. .Palácio do Planalto/Divulgação/Agência Senado




Somente nesta terça-feira (22), Jair Bolsonaro foi alvo de duas intimações da Polícia Federal (PF). No início da tarde, a corporação convocou o ex-presidente para prestar novo depoimento relativo ao inquérito que investiga uma conspiração golpista tratada em grupo virtual de empresários. Já na parte da noite, a PF fez mais uma intimação: o ex-mandatário deverá depor sobre o escândalo das vendas de joias e artigos de luxo entregues por autoridades estrangeiras em viagens oficias. 

O depoimento sobre o caso das joias terá um componente insólito que deve complicar ainda mais a situação de Bolsonaro: também foram intimados para prestarem esclarecimentos à PF, de maneira simultânea, todos os envolvidos no escândalo. São eles: 

  • Michelle Bolsonaro (esposa de Bolsonaro e ex-primeira-dama)
  • Mauro Cid (tenente-coronel, ex-ajudante de ordens, que está preso)
  • Mauro César Lourena Cid (pai de do tenente-coronel)
  • Frederick Wassef (advogado de Bolsonaro) 
  • Fabio Wajngarten (advogado de Bolsonaro) 
  • Osmar Crivelatti (assessor de Bolsonaro)

Os depoimentos estão marcados para o dia 31 de agosto. O objetivo da PF ao realizar as oitivas de forma simultânea é evitar que os envolvidos combinem versões. 

Mauro Cid deve entregar Bolsonaro 

Esse será o primeiro depoimento à PF do tenente-coronel Mauro Cid após o advogado do militar, Cezar Bittencourt, afirmar que o ex-ajudante de ordens deve entregar Jair Bolsonaro, revelando que partiu do ex-presidente a ordem para vender joias e artigos de luxo que deveriam ser incorporados ao patrimônio do Estado brasileiro.

O defensor já disse, inclusive, que Cid entregou o dinheiro das vendas das joias, em espécie, para Jair ou para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. 

"É uma confissão. [Cid] vai admitir. As provas estão aí, ele vai admitir. Mas isso é o começo da conversa. Nem conversei com o delegado que está à frente da investigação", afirmou Cezar Bittencourt em entrevista recente à CNN Brasil.

O advogado declarou que Mauro Cid, que está preso desde maio, teria ouvido "resolve isso aí, Cid" do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"[Cid] efetuou a venda do relógio nos EUA e depois traria o resultado para cá. Ele era assessor do chefe. Fez isso e procurou entregar para quem lhe ordenou fazer a venda", pontuou. 


Bittencourt também enfatizou que Cid "era assessor, conhecia o presidente, tinha intimidade. Ele recebeu uma determinação e a executou".


Por Revista Fórum