O delegado Edilson Magalhães, coordenador da Polícia Civil de
Santo Antônio de Jesus-BA, explicou nesta quarta-feira (16) que Filipe
Fernandes Pedreira, filho do prefeito de Salinas da Margarida, acusado de
espancar a esposa, não foi preso porque não houve flagrante.
"Não foi um flagrante, a Polícia Militar foi acionada no
momento das agressões, infelizmente, a jovem que foi vítima na hora negou as
agressões porque se tivesse feito a condução no momento teria sido feito o
flagrante e hoje Filipe estaria preso [...] A prisão não foi possível porque
não foi flagrante e, quando intimado, ele se apresentou imediatamente com dois
advogados apresentando a sua versão", afirmou o delegado em entrevista a
RecordTV Itapoan.
Magalhães contou que, posteriormente, Clara Emanuele Santos
Vieira, que é filha do prefeito de Muniz Ferreira, prestou queixa na delegacia
de Santo Antônio de Jesus acompanhada de uma tia e da irmã. A Delegacia
Especial de Atendimento à Mulher (Deam) ficou responsável pelo caso, mas o
coordenador foi chamado para acompanhar o caso, segundo ele, por se tratar de
"duas pessoas públicas".
"A delegada da Mulher aqui, dra Patrícia, que o ideal é que
seja uma mulher que apure esses casos, e nós temos um núcleo aqui em Santo
Antônio de Jesus, imediatamente me chamou por se tratar de duas pessoas
públicas, a filha de um prefeito e o outro filho de um prefeito também e eu
acompanhei e estou fiscalizando o caso", explicou o diretor.
Foram emitidos os guias de perícia legais para o Departamento de
Polícia Técnica (DPT), testemunhas já foram ouvidas e o caso apurado. A
delegacia pediu medida protetiva para a jovem e o filho do casal. "O juiz
da comarca daqui e o Ministério Público expediu imediatamente e ele não podendo
ficar próximo dela 100 metros de distância, caso isso ocorra, a prisão em
flagrante é imediata, segundo a nova lei".
Clara acusa Filipe de tê-la espancado no apartamento que tinha
alugado em Santo Antônio de Jesus, onde fazia faculdade de Direito, no dia 8 de
maio. Segundo a jovem, o marido a espancou com socos e chutes, feriu seus dedos
das mãos com uma faca e cortou seus cabelos. Durante as agressões, ele a teria
xingado e ameaçado de morte.
Uma vizinha, que ouviu os pedidos de socorro, chamou a polícia.
Ainda de acordo com o depoimento de Clara, assim que a PM chegou, ela foi
obrigada a negar as agressões e disse à polícia que estava tudo bem. Após a
guarnição sair, ela continuou sendo agredida com socos por todo o corpo. Além
disso, Filipe a mordeu várias vezes, até que ela conseguiu fugir e se abrigar
na casa da vizinha, onde esperou o pai ir buscá-la.
Mais tarde, o suspeito foi até a casa da família de Clara, onde
agrediu o pai da vítima e usou spray de pimenta, que atingiu o filho do casal.
O menino precisou ser socorrido ao hospital.
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