Em meio à polêmica sobre uso de candidatas
laranjas nas eleições de 2018, congressistas
articulam proposta para alterar a lei que reserva 30% das candidaturas às
mulheres e a destinação de recursos do fundo eleitoral para as campanhas das
candidatas. As informações são do jornal O Globo.
Na 5ª feira (28.fev.2018), o senador
Angelo Coronel (PSD-BA) apresentou 1 projeto de
lei com as mudanças. Segundo o
congressista, a regra não conseguiu cumprir o propósito de atrair mulheres para
disputar as eleições.
O texto do senador propõe que 5% dos
recursos do Fundo Partidário sejam destinados a programas de promoção e difusão
da participação feminina na política. Para ele, a mudança na regra atual
evitará candidaturas laranjas de mulheres.
Em entrevista ao jornal O Globo,
o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), relacionou os casos de uso
irregular do fundo eleitoral a uma interferência do Judiciário.
Em maio de 2018, o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) usou a cota de candidatas para também reservar 30% do
financiamento público às mulheres, assim como os horários de propaganda
eleitoral na televisão e no rádio.
“Toda vez que o Judiciário legisla, dá
problema. Nós colocamos recursos para as mulheres no fundo partidário, de 5 a
15%, eu fui o relator. Nós ampliamos a participação das mulheres no programa
semestral dos partidos, que agora acabou. E a Justiça resolveu pegar essa
decisão nossa e levar como interpretação de que se o número de vagas é de 30%,
o financiamento é 30%. Todos nós avisamos que isso seria problema”, disse.
Maia afirmou que participação feminina
nas eleições é importante, mas que a regra foge da realidade. Na avaliação
dele, o tema tem que ser tratado com “cuidado“.
CONSELHO FEDERAL DA OAB REPUDIA PROJETO DE LEI
O Conselho Federal da
OAB e o IAB (Instituto dos Advogados Brasileiros) repudiaram o projeto de
lei. Em nota, afirmam que “o resultado das eleições de
2018 corrobora a eficácia da ação afirmativa” e que a
determinação “significa a consolidação de 1 avanço civilizatório
necessário e o aprimoramento do regime democrático brasileiro.”
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