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 Os chesfianos da Bahia aprovaram hoje, 24, nas assembleias realizadas nas bases do Estado,  greve por tempo indeterminado, a partir do dia 28/01. A decisão é uma resposta de luta dos trabalhadores contra a insistência do Governo Bolsonaro de dar continuidade ao processo de privatização das empresas do sistema Eletrobras, mesmo sem o aval do Tribunal de Contas da União (TCU), que ainda realiza análise dos valores envolvidos na proposta e avalia o modelo de capitalização.

A proposta de venda da Eletrobras chegou ao Congresso Nacional por meio de Medida Provisória. Por falta de embasamento técnico e por diversas modificações feitas pelos parlamentares no texto (incluindo os chamados “jabutis”, que são itens estranhos à matéria), a medida foi questionada pelo TCU e segue em deliberação pelos ministros.

A luta não para – Unidos, os sindicatos do Nordeste não param de pressionar contra o processo de privatização – seja na justiça, nos protestos de rua, nos meios de comunicação ou nas redes sociais. Essa luta precisa ser fortalecida pelo engajamento massivo dos chesfianos para que a venda da Eletrobras seja barrada.

Muita coisa está em jogo –  Além da entrega de um patrimônio líquido de aproximadamente R$ 75 bilhões, especialistas apontam que a privatização da Eletrobras trará prejuízos para o bolso do trabalhador com o aumento na conta de luz – isso devido às medidas incluídas pelos parlamentares que devem gerar custos aos consumidores, como a contratação de termelétricas a gás natural em tempo integral.

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) afirma que, se a venda for concretizada, a população brasileira será impactada de imediato com a elevação da conta de energia estimada em 14%. Além disso, o Estado estará abrindo mão do protagonismo no setor de energia elétrica, o que representa um risco para a soberania energética do país.

Em nota técnica publicada em maio de 2021, o Dieese ressalta o papel estratégico da Eletrobras no desenvolvimento do país e como sua privatização coloca o Brasil na contramão do esforço global pela transição energética. Confira aqui o estudo completo.

“Nossa luta será pela soberania nacional, pela preservação do Rio São Francisco, pelo desenvolvimento do Nordeste e contra o aumento das tarifas. Com a privatização todos perdem. Não podemos permitir que isso ocorra”, destacou a diretora de energia da Frune e diretora do Sinergia, Julia Margarida, que convoca a categoria chesfiana para a luta.

Por SINERGIA