A própria dupla fez a solicitação para o cancelamento do espetáculo: “não é o momento de festejar na cidade”
Jorge e Mateus. Instagram/Divulgação |
Por conta da catástrofe ocorrida em Maceió (AL), que entrou em estado de emergência em função de um afundamento do solo em consequência das atividades de extração de sal-gema pela Braskem, a dupla Jorge e Mateus cancelou um show que faria no sábado (9), na cidade.
"Atendendo uma solicitação da dupla Jorge e Mateus, que entende não ser o momento de festejar na cidade, comunicamos o adiamento do show que aconteceria no dia 9/12", diz nota da Barrera Produções. Leia na integra abaixo:
Devido aos últimos acontecimentos na cidade e mesmo entendendo a distância entre o local do show e o local do fato que vem ocorrendo com a Braskem, atendendo uma solicitação da dupla Jorge e Mateus, que entende não ser o momento de festejar na cidade, comunicamos o adiamento do show que aconteceria no dia 9/12.
Todos os 8.823 ingressos adquiridos através da plataforma Q2 ingressos, Kiosk Sport ou Casa do IPhone, e efetuaram o pagamento através de pix, débito ou crédito no ponto de venda, o reembolso será processado automaticamente pela plataforma, até o dia 12/12/2023.
O prazo para o reembolso ao cliente dependerá da forma de pagamento realizada, bem como do prazo estipulado por cada banco.
Entenda o caso
A mineradora Braskem foi multada nesta terça-feira (5), em mais de R$ 72 milhões pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas. A empresa chega a sua 20ª autuação em cinco anos de operações em Maceió (AL).
Foram duas multas anunciadas pelo órgão, que juntas somam R$ 72,2 milhões. A primeira diz respeito à "degradação ambiental decorrente de atividades que, direta ou indiretamente, afetam a segurança e o bem-estar da população", no valor de R$ 70,2 milhões, agravado pelo fato desta ser uma atuação recorrente da mineradora.
A outra multa, no valor de R$ 2 milhões, se refere à omissão de informações sobre a obstrução da cavidade da mina 18, que teria sido identificada ainda no dia 7 de novembro.
Maceió está afundando
Em novembro deste ano, foram registrados cinco abalos sísmicos nos bairros do Mutange, Bebedouro e Pinheiro, em Maceió, decorrentes da atuação da Braskem na região.
A mineradora atua há cinco anos na exploração de minas de sal-gema na cidade. Desde 2018, mais de 200 mil pessoas tiveram que deixar suas casas, inclusive na última sexta-feira (1), sob risco de afundamento do solo devido à mineração na região, que afeta cerca de 20% do território da capital alagoana.
São ao todo 35 cavernas abertas para extração de sal-gema, espalhadas pelos bairros Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro, Farol e Mutange. Devido aos recentes tremores, o governo Lula decretou estado de emergência na região.
Desde 2020, a Braskem foi condenada em acordo do Ministério Público Federal (MPF) com o Ministério Público de Alagoas, e as Defensorias Públicas da União (DPU) e de Alagoas (DPE-AL) a pagar R$ 1,7 bilhão para realocar 17 mil pessoas afetadas por suas atividades.
Em 2019, a empresa já havia informado à Agência Nacional de Mineração (ANM) que deixaria de explorar sal-gema no município. No entanto, isso não aconteceu.
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