O deputado estadual Binho Galinha foi o principal alvo da operação El Patron, deflagrada ontem pela Polícia Federal contra um grupo miliciano em Feira de Santana 



Foto: Divulgação/Assembleia Legislativa da Bahia





Por Mateus Soares 

O deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (Patriota), foi o principal alvo da operação El Patron, deflagrada ontem pela Polícia Federal contra um grupo miliciano com atuação em Feira de Santana, município localizado a cerca de 100 quilômetros de Salvador.   

Seis pessoas foram presas preventivamente, enquanto 33 mandados de busca e apreensão foram executados, abrangendo a casa e outras propriedades do deputado. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) apresentou denúncia contra ele e outros 14, incluindo membros da Polícia Militar. Durante as buscas, foram confiscados documentos, uma substância suspeita identificada como cocaína, além de armas e munições.   

Além de Binho Galinha, foram denunciados Thierre Figueiredo Silva, Nilma Carvalho Pereira, Ruan Pablo Pereira Carvalho, Alexandre Pereira dos Santos, Washington Martins Silva, Mayana Cerqueira da Silva, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, Jorge Vinícius de Souza Santana Piano, Jackson Macedo Araújo Júnior, Vagney dos Santos Aquino, Josenilson Souza da Conceição, Roque de Jesus Carvalho, Bruno Borges França e Kleber Herculano de Jesus. Os seis últimos foram presos.  

O MP baiano detalhou a função do deputado no grupo que virou alvo de investigação da PF. "O parlamentar é apontado como líder de grupo miliciano que atua na região de Feira de Santana, acusado por crimes de lavagem de dinheiro do jogo do bicho, agiotagem e receptação qualificada", apontou o órgão, que ainda informou que a casa e as fazendas do deputado estão entre os alvos dos mandados cumpridos na operação.  

Além da execução dos mandados contra o grupo, de acordo com a PF, foram bloqueados mais de R$ 200 milhões nas contas bancárias dos investigados. Além disso, 40 propriedades, entre urbanas e rurais, foram objeto de sequestro, e as atividades econômicas de seis empresas foram suspensas. A Receita Federal, em nota, afirmou como o grupo passou a ser alvo da operação, participando ativamente da investigação:  "Com o aprofundamento das diligências, colheu-se elementos probatórios que revelaram a participação dos indiciados num grupo miliciano e evidenciaram parte de sua estrutura, inclusive o seu poderio econômico".  

No total, 15 auditores fiscais e seis analistas tributários participam das investigações. Relatórios emitidos pela Receita Federal indicam irregularidades fiscais entre os investigados, movimentação financeira incompatível, bem como a posse de bens móveis e imóveis não declarados, além de suspeitas de lavagem de dinheiro.   

Em nota, Binho Galinha disse que confia “na Justiça e estou à disposição para dirimir dúvidas e contribuir quanto a transparência dos fatos. No mais dizer que nosso jurídico está tomando as devidas providências para junto a Justiça prestar os esclarecimentos”. 

Binho conquistou quase 50 mil votos nas eleições de 2022 para garantir uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia. Em seu principal reduto eleitoral, Feira de Santana, o deputado angariou aproximadamente 33 mil votos. Procurado pela Tribuna, Binho Galinha não retornou aos questionamentos feitos. O espaço segue aberto para quaisquer esclarecimentos.  


Por Tribuna da Bahhia