A truculenta, ridícula e atroz
ação da polícia miliatar – assim mesmo com “p” e “m” minúsculos, uma vez que
esta corporação não nos dá o prazer de chamá-la de maiúscula – em Santa Brígida,
só faz aumentar o descrédito e a repugnância que a sociedade civil nutre por
esta instituição. Aliás, a palavra instituição tem por sinônimo o conjunto de
regras e normas estabelecidas para a satisfação de interesses coletivos,
todavia, mediante às ações da polícia militar, tal sinônimo transforma-se em
antônimo.
As pessoas são livres e, como
tal, não se resignam a ser tratadas a pontapés. Existe uma horda de malfeitores
à qual caberia melhor o descortês tratamento. À polícia, como braço armado do
Estado, cabe zelar pela ordem pública e dar segurança aos cidadãos.
A polícia militar muitas vezes
abusa de um poder que ela pensa que tem, mas não tem. A nenhuma istituição foi
dada pelo Estado o poder de abusar, não se pode, pois, ignorar os direitos
constitucionais e intimidar cidadãos de bem.
O prefeito de Santa Brígida, Gordo de Raimundo, disse que vai
solicitar uma audiência com o comandante do 20 º Batalhão em Paulo Afonso,
sincera e honestamente espero que surta algum efeito, mas duvido muito. A
mentalidade da polícia militar é unicamente repressiva, não existe, para ela,
distinção entre bandidos e cidadãos honrados.
Também fiquei sabendo que Gordo de Raimundo suspendeu todo
apoio logístico à polícia, é uma atitude sensata.
O ocorrido em Santa Brígida serve de alerta para os demais
municípios da região, cujos prefeitos deveriam reunir-se com o comando da
instituição a fim de de evitar situação semelhante.
Em maio do ano passado o Conselho
de Direitos Humanos da ONU sugeriu a pura e simples extinção da polícia militar
no Brasil.
Em artigo escrito na Folha de São
Paulo, o filósofo Vladimir Safatle disse: “É fato que há aqueles que não querem
ouvir falar de extinção da PM por acreditar que a insegurança social pode ser
diminuída com manifestações teatrais de força. Tais pessoas continuarão a
aplaudir todas as vezes em que a polícia brandir histericamente seu porrete.
Até o dia em que o porrete acertar seus filhos”.
É para se pensar...
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