Por certo, todas as ações
institucionais de saúde são consideradas públicas dada, obviamente, a sua relevância
social e o interesse geral. Mas a Chesf parece desconhecer isto e vem fugindo
cada vez mais da sua responsabilidade com o município de Paulo Afonso.
Após a decisão da Pressau de não mais
administrar o contrato dos médicos do Hospital Nair Alves de Souza, a
administração regional da Chesf escolheu uma empresa sergipana que substituirá
a Pressau até a realização de um pregão que efetivará a nova empresa
terceirizada.
A empresa sergipana já anunciou que
reduzirá o salário dos médicos e que deixará apenas um médico no atendimento do
Pronto Socorro (hoje são dois) e que fará uma série de outras modificações,
decisão esta que está desagradando a classe médica que presta serviços ao HNAS
e que já pensa inclusive em parar, decisão que seria catastrófica para a
sofrida população pauloafonsina.
A Chesf, por sua vez, não demonstra
nenhuma preocupação com qualquer ação relacinada ao hospital, até porque não vê
a hora de repassá-lo para a Universidade do Vale do São Francisco (UNIVASF)
alegando que a empresa está obrigada pela legislação a se desfazer de todos os
seus ativos que não tenham relação direta com sua atividade-fim, que é a
geração e transmissão de energia elétrica.
Ora, só agora a Chesf entende que o
hospital não tem relação direta com a geração de energia? Parece-me um tanto
quanto demagógica esta posição da hidrelétrica que não partiu dessa premissa
quando se instalou nas sesmarias pauloafonsinas, além de que esta sua decisão
meramente política pode promover um agravamento das más condições de vida do
cidadão pauloafonsino, sobretudo das classes menos favorecidas.
No momento de ativismo
político-social pelo qual passa o Brasil, cabe aos setores institucionais e
acima de tudo ao povo manifestar-se diante de tamanho descaso como um ato de
autodefesa social.
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