Para quem lê, vê e ouve diariamente os principais veículos da
imprensa brasileira, a popularidade da presidente Dilma Rousseff deveria estar
abaixo do res do chão. Depois de apanhar sem dó nem piedade feito cão sem dono
da mídia familiar tucana, antes, durante e, principalmente, depois de
ser reeleita presidente da República, eis que a pesquisa Ibope divulgada
nesta quarta-feira mostra que aconteceu tudo exatamente ao contrário do
que a feroz oposição comandada pela dupla FHC-Aécio poderia esperar.
Como os analistas e especialistas de plantão irão explicar que a
aprovação ao governo Dilma, em meio à enxurrada de denúncias de corrupção na
Petrobras, não só não tenha caído, como ainda subiu dois pontos? Entre os
entrevistados pelo Ibope, em pesquisa encomendada pela CNI (Confederação
Nacional da Indústria), o índice de "ótimo" ou "bom"
passou de 38% para 40%, enquanto a avaliação negativa caiu de 28% em setembro
para 27% em dezembro.
A aprovação pessoal da presidente subiu para 52% (era de 45% em
setembro) e a desaprovação caiu de 46% para 41%. O índice dos que confiam em
Dilma também cresceu: de 45% passou para 51%, e o dos que não confiam nela caiu
na mesma proporção, de 50% para 44%.
A própria reeleição de Dilma, apesar de todos os ventos
contrários, já poderia ser considerada algo entre o milagre e o fenômeno.
Melhorar seus índices no Ibope, então, depois de tudo o que aconteceu nas
últimas semanas, em que a presidente não teve um único minuto de trégua, o que
é?
Peço a ajuda dos caros leitores do Balaio para responder a esta
pergunta intrigante, já que ela foge à minha pobre capacidade de análise. O
mais incrível é que 44% dos entrevistados avaliaram que a maioria das notícias
divulgadas neste período foram desfavoráveis a Dilma (este índice era de 32% em
setembro).
Se, mesmo assim, a maioria aprovou a presidente, de duas
uma: a imprensa já não está com essa bola toda, e a
população encontrou outras formas para se informar fora da grande mídia,
ou Dilma é mesmo um fenômeno de resiliência que ainda não foi
explicado pelos livros dos nossos sábios cientistas políticos.
Como explicar?
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