Vejo na TV que nos Estados
Unidos estão sendo instaladas nos aeroportos, cabines criadas especialmente
para as mães amamentarem seus filhos. De acordo com os idealizadores do projeto
o objetivo é “melhorar a
experiência da amamentação”, mas no fundo não passa de uma medida
preconceituosa e de interesse financeiro.
Ora, eu
entendo que o ato de amamentar, por ser um algo natural, deve ser extremamente
espontâneo, e isolar a mãe e o filho durante esse momento tão sublime, além de
intensificar uma cultura machista de que é falta de respeito e de vergonha da
mãe, acaba por constranger a mãe uma vez que esta precisará se esconder sempre
que for amamentar.
É
lamentável como a sociedade brasileira, com seu medieval preconceito, dá
conotação sexual a este ato de amor impingindo às mães um desconforto que finda
por lhes tirar a liberdade de amamentar em lugares públicos.
Há dois
anos Danilo Gentili, um idiota travestido de humorista, fez inúmeras “piadas”
com Michele Maximino, a técnica em enfermagem que bateu o
recorde mundial de doação de leite materno o que demonstra ignorância e
hipocrisia, além de um preconceito atemporal.
A ilimitada
hipocrisia da sociedade brasileira alega atentado ao pudor a amamentação em
ambientes públicos, mas não se importa com a nudez despudorada na televisão em
qualquer horário nem tampouco com a erotização infantil incentivada também pela TV.
Muitas mães
já passaram pelo vexame de ter que amamentar dentro de um banheiro por
exigência de gerentes de lojas de departamento e outros ambientes públicos e
agora terão que se trancafiar dentro de uma cabine. Quem gostaria de comer
dentro de um banheiro?
A amamentação
é um direito da criança e uma obrigação da mãe, portanto qualquer que seja o
motivo ou desculpa para tentar esconder esse gesto de amor e vida é, antes de
tudo, um atentado à liberdade que fere um direito legítimo.
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