Em decisão da
ministra Carmén Lúcia, o Supremo Tribunal Federal autorizou o Ministério da
Integração Nacional a continuar as obras do último trecho da transposição do
Rio São Francisco, com 146 quilômetros de extensão.
O ministério fez
o pedido para através da Advocacia-Geral da União, e a ministra suspendeu uma
liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que parou a
licitação das obras devido ao pedido de uma das empresas concorrentes.
Para o jornal O Estado
de S. Paulo, o ministro Helder Barbalho afirmou que espera que as obras sejam
retomadas na primeira semana de julho. “Pelo cronograma, essa obra deve
ser concluída em até 12 meses, mas vamos trabalhar para que ela possa ser
concluída até o fim deste ano”, afirmou.
Estão planejadas
a construção de uma estação de bombeamento de água e reservatório, dento de um
contrato de R$ 516 milhões assinado com a concessionário Emsa-Siton. No auge
das obras, dois mil operários deverão trabalhar neste trecho.
A previsão
inicial é que a última etapa da transposição fosse entregue em setembro deste
ano. Entretanto, a obra foi paralisado devido a disputas judiciais.
O consórcio
formado pelas empresas Passarelli, Construcap e PB Engenharia ficou e primeiro
lugar na disputa, mas foi desclassificado por critérios técnicos. A proposta do
grupo foi de R$ 441,8 milhões, representando um deságio de 23% em relação ao
valor colocado pelo governo federal, que era de R$ 574 milhões.
Outro consórcio,
composto por Marquise, Ivaí Engenharia, EIT, ficou em segundo lugar na
licitação mas também foi desclassificado pelas mesmas razões do primeiro
colocado.
O último trecho
levará as águas até o Ceará, entre as cidades de Cabrobró (PE) e Jati (CE), No
início, as obras foram vencidas pela Mendes Junior, mas ela abandonou o projeto
depois de seu envolvimento na Lava Jato.
Ainda de acordo
com o ministro Helder Barbalho, o governo descartou a ideia de criar uma
estatal para administrar as operações da transposição, mas ainda cogita criar
uma parceria público-privada (PPP).
“O BNDES está na
fase de contratação de estudo. Hoje vamos usar a Codevasf, que já tem uma
estrutura pronta, capaz e já atua no projeto”, afirmou.
O eixo leste da
transposição, com 200 quilômetros, foi inaugurado em março deste ano. O
projeto, que teve início no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, tem índice de execução física de mais de 90%, sendo que 12 milhões de
pessoas deverão ser beneficiadas, em quatro estados: Pernambuco, Ceará, Paraíba
e Rio Grande do Norte.
Do Jornal
GGN
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