O comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, quer
o retorno do auxílio-moradia para militares. O benefício foi extinto em
dezembro de 2010. Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, um estudo
feito pelo Ministério da Defesa sobre os vencimentos da categoria apontam que o
pagamento, destinado aos 246 mil militares na ativa das três Forças Armadas,
custaria R$ 2,2 bilhões aos cofres públicos neste ano. De acordo com a
publicação, o Exército e a Aeronáutica também reivindicam o auxílio.
Em entrevista ao Estadão, o
comandante da Marinha disse que o benefício é "fundamental" em
decorrência dos baixos vencimentos da corporação. "O topo da nossa
carreira, depois de 45 anos de serviço, muitas vezes, não é nem o piso de
outras", afirmou, acrescentando que "isso dá um incômodo e uma
sensação de injustiça". Para o almirante, outro fator que justifica a
necessidade de pagamento é o fato de 70% do efetivo de militares, o equivalente
a cerca de 50 mil, morarem no Rio de Janeiro.
O Estado conta com cerca de 500 imóveis funcionais. Além disso, ele
afirma que os militares que participam de ações de segurança pública nas
capitais e grandes cidades acabaram morando em áreas de risco, por vezes
controladas pelo tráfico e milícias. "O risco de contaminação da tropa
[pelo crime organizado] é grande, principalmente porque a Marinha participa,
junto com o Exército, das operações nestes locais", alega Ferreira. O
Ministério do Planejamento disse ao jornal que não foi procurado para discutir
o assunto. Já o ministro da Defesa, Raul Jungmann, não foi encontrado pela
publicação.
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