A 5ª Promotoria de Justiça de Maceió firmou,
no final de dezembro de 2017, com representantes da Secretaria de Estado do
Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Sermah) e do Instituto do Meio Ambiente
(IMA), um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para fomentar a regularização
da gestão e a implementação da cobrança pelo uso da água do Canal do Sertão.
Para o Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), tal compromisso teve o
objetivo de garantir o disciplinamento do modelo de administração e a
sustentabilidade daquela obra.
No
documento, a promotora de justiça Lavínia Fragoso, titular da 5ª Promotoria de
Justiça, apontou algumas deficiências no Canal do Sertão, reportando as
responsabilidades cabíveis à Semarh e ao IMA. Segundo ela, há uma exploração
desordenada das águas, o que tem impossibilitado um controle da vazão dos
recursos hídricos: “Existem, aproximadamente, mais de quatrocentos pontos de
captação de água sem qualquer cadastro e desprovidos da devida autorização de
uso pela Secretaria, que também é responsável pelo gerenciamento e
desenvolvimento do Canal. Por enquanto, ainda não detectamos o disciplinamento
do modelo de gestão operacional do mesmo”, relatou a promotora.
A
ausência de monitoramento da qualidade da água do Canal do Sertão e do controle
de sua reserva hídrica e a inexistência de fiscalização da segurança das
barragens também são fatores preocupantes para o MPE/AL. Por isso, a promotora
de Justiça considera
imprescindível a “realização de coleta de amostras e
análise da qualidade da água em dois pontos, a seres feitas pelo Instituto do
Meio Ambiente para fins de acompanhamento e monitoramento”. Esta é uma medida
baseada no art. 11 da Portaria Semarh nº 822/2015, e vista como de fundamental
importância principalmente nos locais onde são abastecidos os carros-pipa.
Entre
os compromissos firmados, está a obrigação da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos de implementar a cobrança pelo uso da água do
referido canal no prazo de 90 dias. Ela também se comprometeu a, no mesmo
período, implantar um modelo de gestão operacional. Tudo isso deverá seguir as
diretrizes já estabelecidas no Decreto do Governo de Alagoas nº 40.183/2015, de
14 de abril de 2015, que deu à Semarh a responsabilidade pela administração do
Canal Adutor do Sertão.
Outro
tópico relevante no TAC, que foi composto por 10 cláusulas, é o cadastro de
todos os usuários e o georreferenciamento dos pontos de captação, cuja
responsabilidade também é da Semarh. Acompanhada do IMA, ela terá prazo de 120
dias, a partir da assinatura do documento (17/12), para comprovar mensalmente o
monitoramento da qualidade da água, coletando amostras em pelo menos nos dois
pontos do canal que abastecem os carros-pipa. Os laudos deverão ser
encaminhados também a cada mês para o Ministério Público Estadual.
O descumprimento
do que foi firmado implicará em multa diária no valor de R$ 1 mil. Assinaram o
TAC, além da promotora Lavínia Fragoso, o diretor-presidente do IMA, Gustavo
Ressurreição Lopes, e o secretário estadual do Meio Ambiente e dos Recursos
Hídricos, Cláudio Alexandre Ayres da Costa.
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