Ódio,
intolerância, preconceito e toda sorte de desrespeito às diferenças em crenças
e opiniões banham o país de norte a sul como um verdadeiro tsunami; tudo isso
apoiado na quebra de valores e, por conseqüência, imposições ideológicas. O
Brasil vive hoje, talvez, a maior crise institucional da sua história.
Um
Congresso eivado de representantes impudicos de uma sociedade submissa, um
governo cujo presidente não tem o menor pudor em manter-se no poder à custa do
dinheiro público e um Judiciário parcial e corporativista refletem a imagem de
um país vítima de uma confluência de hipocrisias.
Isso
se dá, em grande escala, devido a submissão do povo brasileiro que tem pouca ou
quase nenhuma formação e assiste a tudo passivamente. O
desregramento moral que assola o país pode ser notado também em Paulo Afonso
com o caso do vereador Bero do Jardim Aeroporto.
Após ter
sido alvo de um mandado de prisão por suposta participação em um tiroteio, o vereador
desapareceu e reapareceu depois de alguns dias, devidamente chancelado pelos
seus colegas parlamentares que se mostraram surpreendentemente ágeis ao
conseguir autorização da justiça garantindo ao vereador o direito de não ficar
preso com os demais detentos na delegacia da cidade. E, como se não bastasse,
os indefectíveis vereadores ainda protagonizaram uma cena digna de cinema
pastelão ao se deixarem fotografar na porta da delegacia, todos perfilados como
se fossem os “cabras” de Lampião.
Mas apenas e
tão somente limpar a barra de um parceiro de legislatura seria muito pouco para
uma Câmara de Vereadores que está despida de moral, haja vista a insatisfação
popular para com os legisladores, então o corporativismo que modula a Casa
Legislativa resolveu dar a cara através de um projeto
de lei de autoria do vereador Jean Roubert que atualiza o Regimento Interno e a
Lei Orgânica do Município em relação à prisões de parlamentares no exercício do
mandato.
Agora é só
colocar o projeto em discussão e aprovar, simples assim. Depois de aprovado o
vereador Jean Roubert poderá fazer uma dancinha,
como o ministro Carlos Marun, da articulação
política do governo e cantar “tudo está no seu lugar” .
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