O
prefeito do município alagoano de Pariconha, Fabiano Ribeiro de Santana
(reeleito em 2016), responderá a processo penal por ter exigido vantagem
indevida como condição para liberar os pagamentos devidos pela prefeitura a uma
empresa contratada para elaborar o plano municipal de saneamento básico. A
denúncia contra o gestor, oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), foi
recebida pelo Pleno do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife (PE).
São réus no mesmo processo a secretária e chefe de gabinete do prefeito, Lydia
Bandeira de Miranda, e o contador do município, José Geraldo Monteiro da Silva.
Vencedora da licitação realizada pelo município, a empresa
Estratégia Consultoria foi contratada pelo valor de R$ 253.011,30, a serem
pagos com recursos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Em janeiro de 2014,
após a conclusão da primeira etapa do projeto, a responsável pela empresa foi
chamada pelo prefeito para ir a sua residência conversar sobre o contrato. Na
reunião, realizada a portas fechadas, Fabiano Santana exigiu da empresária um
valor entre 40 e 50 mil reais, como condição para que fosse liberado o restante
do pagamento devido à empresa. Segundo ele, os recursos seriam utilizados para
o pagamento de dívidas da campanha eleitoral. A proposta foi recusada.
No mês seguinte, a empresária foi convocada por Lydia Miranda
para comparecer à sede da prefeitura. Lá, recebeu notas fiscais e recibos
falsos, elaborados por José Geraldo da Silva, referentes a serviços que nunca
foram contratados por sua empresa, no valor total de R$58.276,00. Esses
documentos serviriam para justificar a emissão de três cheques que seriam
repassados para Fabiano Santana. Intimidada pela autoridade do prefeito, a
empresária foi buscar um talão de cheques em uma agência, onde teve um desmaio
devido à pressão psicológica.
Com o recebimento da denúncia, Fabiano Santana responderá pelo
crime de concussão, que prevê pena de reclusão de dois a oito anos e multa.
Lydia Miranda e José Geraldo da Silva responderão como coautores do crime. O
contador responderá ainda por falsificação de documento particular e falsidade
ideológica.
N.º do processo:
0004595-75.2014.4.05.0000 (INQ 2992 AL)
Do radar89.com.br
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