“Nós vamos resistir, vamos conclamar as categorias para estarem atentas ao chamado, conclamando todos e todas para estarem presentes na Assembleia dia 07. O mês de janeiro vai ser de luta.” diz Rui Oliveira.
Praticamente às vésperas do Natal, os servidores
públicos foram pegos de surpresa com a aprovação do regime de urgência pela
AL-BA, para a votação da PEC 157/2019, sobre a Reforma da Previdência de Rui
Costa. A APLB-Sindicato, por meio do seu Coordenador-Geral Rui Oliveira,
mobilizou, em um café da manhã, nesta sexta-feira (20/12) diversas entidades
para discutir um conjunto estratégias e ações contra a medida.
“O projeto de Rui Costa segue o formato da
reforma da Previdência do Governo Bolsonaro. Essa PEC é mais um ataque à
aposentadoria dos servidores e vai encontrar resistência nas diversas
categorias do funcionalismo público estadual. Vamos nos mobilizar e ampliar
esse debate”, afirmou Rui Oliveira.
Estiveram presentes representantes do Sindsefaz,
Sinpojud, Sindsaúde, Sintest, ADUNEB, Sindpoc, Assipoc. Além das centrais
sindicais CUT e CTB.
Sem justificativa
Segundo o governo do estado, em nota emitida pela
SAEB, a antecipação da votação é necessária para que se possa criar condições
mais favoráveis em alguns pontos. Porém, segundo avaliação da Supervisora
Técnica do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos
na Bahia – DIEESE-BA, Ana Georgina Dias, presente no café da manhã, “Depois de
ler a PEC vemos que basicamente é uma extensão da reforma federal, para o
Estado. Não existe nada que se justifique essa antecipação”, criticou.
Ana Georgina também chama atenção para outra
questão importante “Talvez todo esse sacrifício não tenha algum efeito
necessariamente porque o grande problema do desequilíbrio previdenciário do
estado da Bahia, dentre outros fatores, é justamente as formas de contratação
utilizadas ultimamente. A gente tem as pessoas se aposentando pelo regime
próprio, o Funprev, mas muita gente hoje que está no estado contribui para o
regime geral, o INSS, porque é REDA ou é terceirizado ou tem um cargo. Então,
isso acaba criando um desequilíbrio, mesmo que se sacrifique aqueles
trabalhadores que contribuem para o regime próprio, inclusive os trabalhadores
aposentados e os pensionistas”
União é o caminho
Claudio Meireles do Sindsefaz, acredita que
um plano de ação deve ser traçado e reafirmou o quanto essa reforma é injusta e
precipitada. Poliana Cardoso da ADUNEB também criticou a tentativa do governo
de tentar a aprovação do projeto num período de pouca mobilização dos
sindicatos, no final do ano, quase no período de recesso. Já Paschoal Carneiro
presidente da CTB-Ba (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil),
lamentou o “presente de grego” que o governo está oferecendo aos servidores
baianos.
“Rui Costa está se tornando especialista em
promover surpresas desagradáveis para o funcionalismo público baiano, que
retira direitos. Tivemos uma reunião muito positiva com as entidades nesta
manhã na APLB. Agora é dar continuidade à mobilização e, além de outras ações,
ter uma conversa com diversos partidos políticos, de forma civilizada, na
tentativa de entenderem que essa reforma não é necessária. Mesmo porque já está
acontecendo uma no Congresso Nacional. Depois, é só adequar. Não é necessário
cometer essa perversidade contra os servidores baianos”, destacou Paschoal
Carneiro.
Leonardo Urpia, vice-presidente da CUT, reforça a
defesa dos trabalhadores, destacando que os servidores não precisam de uma reforma
que retire privilégios e que corte direitos. “Não podemos aceitar essa reforma
em caráter de urgência. Essa reforma precisa ser discutida. Essa proposta
apresenta um aumento drástico do período de contribuição principalmente para as
mulheres. Esses trabalhadores precisam reivindicar. Vamos nos reunir mesmo no
período de recesso para mobilizar a sociedade baiana contra a Reforma da
Previdência do Estado da Bahia”.
Manifestação 7 de janeiro
Como um dos encaminhamentos deste encontro, ficou
definida uma convocação geral para participação de servidores públicos em
uma grande manifestação. “Estamos convocando todos os servidores para estar
conosco na Assembleia Legislativa da Bahia, na terça-feira, 7 de janeiro, às
9h, dizendo seu NÃO veemente contra este aviltamento aos direitos dos
servidores. Vamos, todos juntos!”, convoca Firmino Júlio de Oliveira Filho,
Coordenador-Geral do SINTEST.
Um café da manhã com a presença das entidades e
parlamentares ficou agendado para o dia 27 de dezembro, às 8h, no auditório da
APLB.
Direitos em risco
Ivanilda Brito, presidente do Sindsaúde Bahia,
destacou que os servidores públicos estaduais estão sem aumento há 5 anos. “Nós
não podemos aceitar esse pacote de maldade. Não dá pra ficar como estamos, sem
aumento e ainda concordando passivamente com tudo que o governo tem colocado
para nós. Os trabalhadores estão de férias, mas vamos convocar todos para fazer
a luta e essa luta só tem vitória se as categorias se fizerem presentes”.
O coordenador da Fetrab, Joaquim Amaral, destacou
alguns riscos que essa reforma representa para os servidores, como ela
dificulta a aposentadoria, retira direitos e diminui os proventos e as pensões.
“Além deste encontro, vamos tentar também nos organizar politicamente para
tentar barrar essa reforma. Nós temos de unir esforços para superar essas
dificuldades que o Governo está trazendo. Ano passado, a alíquota
previdenciária dos servidores já foi elevada, para 14% então não justifica a
antecipação desta nova medida, especialmente, num período de festas natalinas
no final de ano”, criticou.
Além da manifestação, outra proposta aprovada
é buscar diálogo junto ao governo do estado.
“Dizer a todos os trabalhadores públicos estaduais
dos poderes tanto executivo, judiciário e legislativo que estamos aqui para
lutar pelos nosso direitos, somos trabalhadores e queremos respeito, queremos
ser ouvidos pelo governador, por que não é dessa forma, sem ouvir as categorias
que as coisas devem ser feitas, tem que ser discutido” afirmou o
presidente do Sinpojud, Zenildo Castro.
“Nós vamos resistir, vamos conclamar as categorias
para estarem atentas ao chamado, conclamando todos e todas para estarem
presentes na Assembleia dia 07. O mês de janeiro vai ser de luta.” finalizou
Rui Oliveira.
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