O ex-presidente e atual senador Fernando Collor (Pros-AL) refutou nesta semana qualquer comparação entre Fabrício Queiroz e PC Farias. As denúncias contra este último foram o centro do processo de impeachment contra Collor em 1992. Em entrevista à rádio Itatiaia, o político considerou que os casos “não têm nada a ver”, pois são situações “completamente diferentes”.
“É como buscar juntar lé com cré, não cola”, completou Collor. Preso na semana passada, Queiroz é ex-assessor e amigo da família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), investigado por denúncias de ‘rachadinha’ quando atuava no gabinete do então deputado Flávio Bolsonaro (Republicanos). PC Farias, por sua vez, foi tesoureiro da campanha de Collor e acusado de ser o operador de esquemas de corrupção do ex-presidente. Ele foi morto em 1996.
Ao ser questionado sobre o futuro de Bolsonaro após a prisão de Queiroz, Collor considerou o presidente abalado e disse que aguarda o desfecho dos inquéritos. “A prisão começa a abalar a estrutura emocional do presidente. Ele está visivelmente consternado e constrangido por esses problemas que o circundam. Temos que ver os desdobramentos deste fato, mas boa coisa seguramente não será”, iniciou Collor.
O ex-presidente, no entanto, descartou qualquer intervenção militar nos próximos meses.”É pouco provável [um golpe], porque ao falar sobre intervenção militar, temos que partir do princípio de que as forças armadas estejam dentro deste processo, e elas absolutamente não estão. Os integrantes das forças armadas estão dissociados de qualquer possibilidade de tentativa de fechamento de regime ou golpe militar. Não vejo a menor possibilidade.”
Collor negou à rádio que vá se candidatar à presidência em 2022, declarando que sua prioridade no momento é uma só.”A minha pretensão é sobreviver ao momento pelo qual estamos passando, da pandemia. Supondo-se que passe a epidemia, minha projeção é apresentar novamente a candidatura ao Senado por Alagoas”, finalizou.
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