- Daniel Paulino
Apesar de haver mecanismos legais na legislação eleitoral brasileira, para que a participação da mulher acabe sendo mais efetiva dentro da política, os números mostram que essa existência ainda é baixa.
De acordo com um levantamento feito pelo Cada Minuto, dos 21 vereadores de Maceió, apenas 5 são mulheres, já entre os 102 gestores municipais espalhados por todo o estado, esse número acaba crescendo ainda que de maneira tímida para 21, mostrando que apenas 20,5% do total das 102 cidades são comandadas por mulheres.
Desde 1997, a lei eleitoral exige que os partidos e as coligações respeitem a cota mínima de 30% de mulheres na lista de candidatos para a Câmara dos Deputados, a Câmara Legislativa, as Assembleias Legislativas e as Câmaras municipais.
Para o advogado especialista em direito eleitoral, Gustavo Ferreira, esse aumento de participação aumentou depois que partidos começaram a destinar algumas alas para participação feminina e suas atividades.
“Podemos destacar essa punição da justiça eleitoral com um caráter educativo, pois fez com que os partidos, fossem buscar candidatas que façam campanha mesmo, que façam divulgação”, disse o especialista.
O advogado registrou ainda que há casos em que essas mulheres oficializam suas candidaturas, com base no período determinado, recebem o repasse de verbas vindo do partido e posteriormente acaba repassando esse valor para terceiros que realmente estão na disputa.
“O processo deveria ter uma certa prioridade na apuração, por parte da Polícia Federal, da Justiça Eleitoral, para que punir quem burlou e garantir que aquelas que realmente serão candidatas possa receber os repasses financeiros para campanha de maneira adequada”, concluiu.
Ainda falta muito
A deputada estadual mais jovem do Brasil, Cibele Moura (PSDB), disse que houve avanços na presença feminina na política, mas que ainda falta muito e fez uma retrospectiva do processo de engajamento da mulher no cenário político local.
“Há 100 anos era proibido a mulher votar no Brasil. Há 85 anos, a primeira deputada estadual foi eleita em Alagoas, a deputada Lily Lages. Hoje somos cinco mulheres na Assembleia. A gente forma a maior bancada feminina da história de Alagoas. É verdade que a gente avançou, mas ainda falta muito”, contou.
Em sua fala, Cibele pontuou ainda que há apenas uma deputada federal representando o estado de Alagoas em Brasília e que também não há nenhuma senadora.
Questionada sobre se há facilidade em conquistar espaço no âmbito político, a jovem disse que é uma barreira muito grande a ser vencida. “Não considero que seja um cenário tão simples de se resolver diante da cultura machista e patriarcal que temos. Cultura que incutiu na sociedade que política é para os homens. Não é. Lugar de mulher é onde ela quiser estar. Somente com engajamento e nossa participação vamos conseguir transformar a estrutura das casas políticas onde a prevalência é de homens”, concluiu. (Cada Minuto)
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