No auge do colapso hospitalar em Manaus, em 14 de janeiro, chanceler Ernesto Araújo pediu ajuda por telefone ao governo Trump. Vários dias se passaram e nenhum avião com transporte de oxigênio veio dos EUA. Dois países forneceram ajuda para Manaus até o momento: a Venezuela e a China
No dia 14 de janeiro, auge do colapso hospitalar em Manaus, quando dezenas de pessoas morreram asfixiadas por falta de oxigênio, o chanceler Ernesto Araújo telefonou para a Casa Branca para pedir ajuda.
Araújo conseguiu falar com o então secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo. Mais de uma semana depois, nenhum avião para transporte do oxigênio e nenhuma carga do produto veio dos norte-americanos.
Pompeo era homem forte do ex-presidente Donald Trump e deixou o cargo no dia 20, quando o democrata Joe Biden foi empossado na Presidência dos EUA.
A informação sobre o telefonema consta de um ofício enviado pela AGU (Advocacia Geral da União) à Justiça Federal em resposta a uma ação civil pública ajuizada pela Defensoria Pública do Amazonas, DPU (Defensoria Pública da União), MPF (Ministério Público Federal) e MP (Ministério Público) do Amazonas.
Segundo a AGU, a atividade do Ministério das Relações Exteriores em torno da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus em Manaus começou no dia 14 — muito embora o governo federal houvesse recebido informação sobre a crise iminente em Manaus no dia 8.
Nove dias
Um documento da Casa Civil mostra que o governo Bolsonaro tentou, por nove dias, garantir uma doação de oxigênio líquido dos Estados Unidos para o Amazonas. No entanto, não obteve êxito. Apenas dois países forneceram ajuda para Manaus até o momento, a Venezuela e a China — nenhuma por intervenção do governo brasileiro.
Durante todo o período em que o Brasil buscou ajuda dos EUA, a Venezuela — país governado por Nicolás Maduro e criticado pelo presidente brasileiro e seus aliados — já enviou três remessas de oxigênio a Manaus.
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