Milícias do Grande Rio estão firmando parcerias com líderes pentecostais para lavar dinheiro, aproveitando-se do fato de as igrejas terem imunidade fiscal, de acordo com um estudo da Rede Fluminense de Pesquisas sobre Violência, Segurança e Direitos Humanos.
Criadas para vender segurança e combater os traficantes, as milícias hoje são sócias de seus antigos inimigos.
Ilegalmente, elas passaram atuar, também, em negócios como transportes coletivos, venda de gás, cesta básica internet, agiotagem, entre outros, a ponto de alcançarem um a cada quatro cariocas.
Como movimentam elevadas somas de dinheiro sujo, sem origem legal, as milícias e igrejas pentecostais se tornaram complementares no vasto submundo do Rio.
Os "negócios" entre partes surgiram naturalmente porque eles ocupam o mesmo espaço na periferia, por conta da ausência do Estado."Os grupos de extermínio e a milícia passaram a dominar essas mesmas áreas das igrejas. Há uma convivência, o relacionamento é incontornável”, diz o professor José Cláudio Souza Alves, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, especialista em violência urbana que teve acesso aos dados preliminares do estudo.
Ele observa que não se pode generalizar porque muitas igrejas se mantêm distantes dos bandidos. De qualquer forma, acentua ele, há pontos de convergência que propicia alianças.
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