Desembargador chamou de 'irresponsável, covarde e picareta' quem divulga orientações sanitárias de proteção à doença
O novo presidente do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS), o desembargador Carlos Eduardo Contar, criticou as orientações sanitárias de combate à pandemia do coronavírus determinadas pelas autoridades de saúde do estado e do país. Além disso, chamou a imprensa, que trabalha na divulgação de informações sobre pandemia no Brasil, de "esquizofrenia e palhaçada midiática fúnebre".
O discurso difamatório e contrários às medidas de proteção à Covid-19 aconteceu durante a sua cerimônia de posse, na última sexta-feira (22). O evento foi realizado no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, em Campo Grande, e tinha mais de 300 convidados.
As suas falas foram transmitidas ao vivo pelas redes sociais do tribunal. A gravação registrou o posicionamento do desembargador, que pediu a volta ao trabalho presencial e chamou de "irresponsável, covarde e picareta" quem reproduz as indicações preventivas contra a Covid-19 da Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Voltemos nossas forças ao retorno ao trabalho, deixemos de viver conduzidos como rebanho para o matadouro daqueles que veneram a morte, que propagandeiam o quanto pior melhor, desprezemos pois o irresponsável, o covarde e picareta da ocasião que afirma ‘fiquem em casa’, ‘não procurem socorro médico com sintomas leves’, ‘não sobrecarreguem o sistema de saúde’”, declarou.
Em outro momento, o novo presidente do TJMS condenou a imprensa por transmitir dados da doença. “Mostremos nós trabalhadores do serviço público responsabilidade com os deveres e obrigações com aqueles que representamos, e por isto mesmo, retornemos com segurança, pondo fim à esquizofrenia e palhaçada midiática fúnebre, honrado nossos salários e nossas obrigações assim como fazem os trabalhadores da iniciativa privada, que precisam laborar para sobreviver e não vivem às custas da viúva estatal com salários garantidos no fim de cada mês”, disse.
Contar finalizou o discurso dizendo que essa abertura para ele dizer o que pensa é uma "oportunidade" de combater "a histeria coletiva, a mentira global, a exploração política, o louvor ao morticínio, a inadmissível violação dos direitos e garantias individuais, o combate leviano e indiscriminado a medicamentos". A fala se refere à crise que o mundo enfrenta desde o início de 2020 e aos remédios sem eficácia comprovada, como a cloroquina e a ivermectina, defendidos pelo governo do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido).
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