Semana deve ser marcada pela paralisação da imunização em algumas regiões brasileiras



Diante do atraso do governo Bolsonaro em firmar acordos para a aquisição de vacinas contra a Covid-19, o Brasil já vive um apagão na distribuição dos imunizantes.

Nesta segunda-feira (15), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM), anunciou que vai suspender a imunização contra a Covid-19 por falta de vacinas na cidade.

A imunização de idosos de 84 anos nesta segunda será mantida, mas a partir desta terça-feira (16) a vacinação será paralisada até a chegada de novas doses do Instituto Butantan, que deve ocorrer somente na próxima semana.

Além do Rio, Ananindeua, no Pará, vive situação parecida. A secretaria de Saúde da cidade suspendeu a imunização neste domingo (14) por falta de doses e o plano de vacinação só será retomado quando o município receber uma nova leva de vacinas do governo federal.

O estado da Bahia também está com os estoques de vacinas quase zerados. A vacinação chegou a ser suspensa na capital Salvador neste último final de semana, mas foi retomada nesta segunda-feira (15).

Inúmeras outras cidades do estado, porém, estão com as doses no final e o governador Rui Costa (PT) informou que, em algumas regiões do estado, a vacinação deve ser paralisada nesta semana.

Por este motivo, o governo da Bahia entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta-feira (12), solicitando que a Corte analise com urgência um pedido para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) agilize a liberação do uso emergencial da vacina russa Sputnik V, que já é aplicada em inúmeros países do mundo e apresenta, segundo estudos, eficácia geral de mais de 90%. A gestão baiana tem acordo com o Fundo Soberano Russo para a aquisição do imunizante, que será produzido no país, assim que liberado, pela União Química.

Governo atrasa pagamento e compromete imunização

O Brasil perdeu a oportunidade de receber, esta semana, mais 15 milhões de doses de vacinas prontas contra a Covid-19 do Instituto Sérum, na Índia. O laboratório, credenciado a produzir o imunizante desenvolvido pela AstraZeneca e Universidade de Oxford, ofereceu o lote.

No entanto, o Ministério da Saúde atrasou o pagamento que garantiria a chegada da carga integral na semana que vem. E assim, por mais essa “falha de logística” da pasta comandada pelo general da ativa Eduardo Pazuello, o país receberá apenas 2 milhões de unidades na próxima semana.

Enquanto isso, várias cidades do país terão que interromper o programa de vacinação contra a Covid-19. Se nada de novo acontecer, o país pode parar o programa de vacinação por até duas semanas, aponta especialista.