Testemunhas registraram na segunda-feira (22) quatro militares do Exército Brasileiro desviando alimentos que seriam destinados a um batalhão localizado em Santarém, no Pará. As informações são do Correio Braziliense.
Os cabos do 8ª Grupamento de Engenharia de Construção (8º BEC) foram designados a buscar uma carga de alimentos com uso de uma balsa. No entanto, no meio do caminho pararam em uma residência e roubaram duas toneladas da comida. O carregamento era composto principalmente por carnes.
Alguns moradores da região estranharam a movimentação e decidiram filmar o crime. O material chegou até os responsáveis pelo quartel, e os quatro receberam voz de prisão. O Exército atua no combate à pandemia de Covid-19 na região, que é uma das mais atingidas no país pela doença.
Em nota sobre o caso, o Exército Brasileiro informou que “repudia qualquer ato criminoso praticado por militares” e destacou que “autuou os envolvidos em flagrante delito, enviando os autos para a 8ª Circunscrição Judiciária Militar (8ª CJM)”.
Outros crimes
Não é a primeira vez que o 8º Batalhão de Engenharia de Construção ganha as manchetes por conta de irregularidades e ilicitudes. Em 2017, o Superior Tribunal Militar (STM) manteve a condenação de 7 pessoas envolvidas em um esquema de desvio de dinheiro público em obras sob a responsabilidade do 8º Batalhão.
As fraudes resultaram em um desvio de mais de R$ 4 milhões, com a participação de oficiais do Exército e de empresários. Os responsáveis foram condenados por crime de peculato, com penas variando de 3 a 5 anos de reclusão.
Militares
do Exército são flagrados desviando toneladas de alimentos no Pará. O alimento
roubado era composto principalmente por carnes. Moradores estranharam a
movimentação e fizeram vídeos do crime
Ostentação
A ostentação das Forças Armadas na gestão Bolsonaro já foi alvo de diversas reportagens e está sendo investigada pelo Ministério Público Federal.
Em um pregão eletrônico realizado em 2020 para o 38º Batalhão de Infantaria, foram adquiridos 500 garrafas da cerveja Stella Artois a R$ 9,05 cada; no mesmo certame, o batalhão adquiriu também 3.000 garrafas de Heineken, a R$ 9,80 cada. Já a 23ª Brigada de Infantaria de Selva foi agraciada com 3.050 garrafas de Eisenbahn, a R$5,99.
O Comando do Exército comprou grandes quantidades de picanha a um preço fora dos padrões. Os dados do Portal da Transparência mostram que o órgão adquiriu 569,2 toneladas da iguaria. A Marinha adquiriu 88 toneladas. No total, 76 processos licitatórios garantiram a compra de 714 toneladas do corte.
Em um destes leilões, para a Diretoria de Abastecimento da Marinha, o valor da picanha foi de R$ 84,14 o quilo. Segundo os deputados, foram adquiridos 13.670 quilos da carne. Em outro,62.370 kg de miolo da alcatra foram comprados por R$ 82,37 o quilo.
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