Seguindo orientação do ministro da Defesa, Braga Netto, vice-presidente foi às redes "comemorar" o golpe que, segundo ele, "impediu que o Movimento Comunista Internacional fincasse suas tenazes no Brasil". Internautas lembraram que apologia à ditadura é crime no Brasil. "Impeachment não resolveria nada"
General da reserva e ex-presidente do Clube Militar do Rio de Janeiro, que cancelou almoço pela “celebração do Movimento de 64” devido à pandemia, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) recebeu uma enxurrada de críticas ao seguir as diretrizes do recém empossado ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e comemorar o golpe militar ocorrido em 31 de março de 1964.
“Neste dia, há 57 anos, a população brasileira, com apoio das Forças Armadas, impediu que o Movimento Comunista Internacional fincasse suas tenazes no Brasil. Força e Honra”, tuitou Mourão, compartilhando fotos de apoio ao golpe do Centro de Documentação da Fundação Getúlio Vargas.
O tuite causou indignação e, em menos de 10 minutos, virou alvo de críticas de diversos setores da sociedade.
“Nesse dia, há 57 anos, um golpe deu inicio à um período sombrio da história brasileira. Organizações da sociedade civil eram impedidas de se reunir, políticos foram cassados, o Congresso fechado, lideranças foram torturadas, perseguidas e assassinadas. #DitaduraNuncaMais”, comentou o perfil da União Nacional dos Estudantes (UNE).
“Sinto-me no dever de comunicar (…) que os argumentos ora invocados para combater o comunismo foram os mesmos que Mussolini invocou na Itália em 1922 e que Hitler invocou em 1934 na Alemanha. (…)”, escreveu o advogado Douglas Marques, reproduzindo carta do jurista Heráclito Fontoura Sobral Pinto encaminhada a Castello Branco, no dia 9 de abril de 1964.
“Hello @TwitterSafety and @Twitter: Apologia à ditadura, caracterizando crime no Brasil, por afrontar a Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), a Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50) e o Código Penal (artigo 287)”, alertou o perfil @mnzigor.
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