Podemos
fazer diversas leituras sobre o caos administrativo do governo Luis de Deus, entretanto
nenhuma delas inclui insuficiência financeira. Essa narrativa não condiz com o
vultoso orçamento do qual dispõe o município, que continua arrecadando
sistematicamente seus/nossos impostos e contando religiosamente com seus
rentáveis royalties.
A
inércia do prefeito aliada à sua falta de comando, além do insaciável apetite
dos cupins do orçamento público que circunvagam essa administração, são apenas
alguns dos exemplos, posto que existem muito mais coisas que possa imaginar e
suportar nosso indignado espírito.
A
aparente tranquilidade do prefeito não esconde o fracasso econômico e social do
seu governo. A sociedade pauloafonsina, por sua vez, não esconde, hoje, indignações
e expectativas frustradas com a administração de Luis de Deus.
A
prefeitura é hoje uma imensa Torre de Babel onde ninguém se entende, mas onde
muitos mandam e governam à revelia do prefeito que, sem forças para se contrapor,
silencia à espera de um milagre e tenta transferir o ônus da culpa ao dizer que
não sabe de nada.
A
inação da administração municipal no combate à COVID-19 no início da pandemia
espelha o assombroso número de casos e óbitos no município. Pouco ou nada se
fez como estratégia para combater o vírus. Não se trata de negacionismo, mas de
atitudes incautas, paliativos tardios e remendos indecentes. O enfretamento da
prefeitura ao vírus foi e está sendo anódino.
Sem
remédios, sem teste para a COVID e sem dinheiro para a manutenção do Hospital
Nair Alves de Souza, o prefeito alega que o município vive uma crise financeira,
tal afirmação traz à baila um inevitável questionamento: onde está o dinheiro?
O fato é que a prefeitura de Paulo Afonso está entre as vinte que mais
arrecadam no estado e há anos não se via o município atrasar pagamento de
fornecedores ou parcelar pagamento de funcionários. Revela-se aí o custo da
aventura irresponsável de abarrotar a prefeitura de cargos comissionados,
não importando a lisura do objetivo.
Talvez
seja este o momento do Ministério Público solicitar ao Tribunal de Contas que
verifique, através de auditoria, se não está havendo malversação do erário, e
se a conduta do prefeito não é dolosa, culposa ou omissiva até porque, o caos é
o habitat legítimo da administração de Luis de Deus, ainda que sua amnésia
edificante não o faça lembrar-se de nada.
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