O prefeito de Paulo Afonso, o senhor Luís de Deus, vem usando
fórmulas silogísticas para gerir a vacinação contra a COVID-19 fazendo parecer
que obedece à normalidade democrática. Aqueles que já se vacinaram, apesar de
passarem por uma humilhação social - com muitos tendo que dormir ao relento
para conseguir uma ficha que lhes garante acesso à vacina - dão urros de
satisfação e esquecem de tudo acreditando serem abençoados. A ignorância
seletiva dá lógica os descalabros.
A prefeitura anunciou vacinação para pessoas com mais de
cinquenta anos no sábado, dia 12. Como sempre, já a partir das 24h do dia 11
começou a chegar gente no ginásio de esporte. No card publicado, a prefeitura
avisa que a vacinação se daria até durar o estoque, mas não avisa que tinha
apenas setecentas doses.
O resultado não poderia ser diferente: revolta e indignação
por parte das pessoas que passaram horas a fio em uma fila, ainda que a
prefeitura já soubesse que estes não seriam vacinados.
Ora, quantas pessoas acima de cinquenta anos a gestão acha
que tem um município com quase 120 mil habitantes? A incapacidade de constatar
o óbvio chega a ser assustador, e não tem nada a ver com a natureza espontânea
e sincera do erro.
Mentira ou incapacidade administrativa? Tendo a ficar com a
segunda opção, pois mentir é um ato consciente e doloso.
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