De passagem por Angola, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), se prestou ao papel de lobista da Igreja Universal. O general deveria poupar o seu currículo dessa vergonha.
O Brasil é país laico, pelo menos assim determina a Constituição, e uma autoridade governamental não deve (ou não deveria) se manifestar a favor ou contra uma religião, no país e muito menos no exterior.
Apesar disso, Mourão, entre outras coisas, segundo a agência Lusa, disse que o governo brasileiro está disposto a colaborar para haver consenso entre as "duas partes" da Universal em Angola.
Pastores angolanos dissidentes da Universal assumiram o controle da igreja naquele país, desligando-se do comando brasileiro, ao qual acusam de lavagem de dinheiro e discriminação, entre outras irregularidades. Cerca de 100 pastores brasileiros foram "convidados" a se retirarem do país.
Pastores angolanos dissidentes da Universal assumiram o controle da igreja naquele país, desligando-se do comando brasileiro, ao qual acusam de lavagem de dinheiro e discriminação, entre outras irregularidades. Cerca de 100 pastores brasileiros foram "convidados" a se retirarem do país.
Em missão quase impossível, o bispo Edir Macedo está tentando recuperar o controle da Igreja em Angola por intermédio da Justiça. Ele até conseguiu que o presidente Bolsonaro mandasse uma carta para o presidente angolano João Lourenço. Carta cujo teor foi colocado sob sigilo diplomático.
Mourão e parlamentares não devem se intrometer em assuntos internos de Angola, e muito menos para defender os interesses de um líder religioso.
A Universal afirma ser vítima de falsas acusações, e os bispos dissidentes garantem que têm provas das irregularidades. Milhões de dólares estão em jogo.
Mourão defendeu em entrevista naquele país a visita de uma delegação de parlamentares brasileiros à Angola, "para tentar chegar a um acordo e a um ponto em que se arrefeça as diferenças".
Mourão e parlamentares não devem se intrometer em assuntos internos de Angola, e muito menos para defender os interesses de um líder religioso.
A Universal afirma ser vítima de falsas acusações, e os bispos dissidentes garantem que têm provas das irregularidades. Milhões de dólares estão em jogo.
Só é aceitável a intromissão do Brasil nesse imbróglio na parte que lhe diz respeito: o envio ilegal de dinheiro para cá pela Universal, de acordo com as denúncias dos bispos que hoje estão no comando da Universal de Angola.
Mourão deveria se preocupar com essa suposta ilegalidade, em vez de agir por motivos que ofendem o Estado laico do Brasil e o de Angola.
Mourão deveria se preocupar com essa suposta ilegalidade, em vez de agir por motivos que ofendem o Estado laico do Brasil e o de Angola.
Não se espera, evidentemente, que Mourão mexa um dedinho nesse sentido, tampouco o Congresso Nacional, mas o Ministério Público Federal deveria ao menos fingir preocupação, pedindo, por exemplo, o relato das acusações de entrada ilegal no país de dinheiro em malas de pastores da Universal.
Com informação da Agência Lusa e de outras fontes.
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