Maioria das compras foram efetuadas durante a gestão do ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto



O deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) apontou novos indícios de gastos excessivos das Forças Armadas com alimentos de luxo. Segundo ele, entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022, foram gastos mais de R$ 56,4 milhões nos itens para os comandos da Aeronáutica, do Exército e da Marinha, além da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel).

Ao todo, foram adquiridas 557,8 toneladas de filé mignon, 372,2 toneladas de picanha e 254 toneladas de salmão pelos militares. A maioria das compras, feitas por meio de pregão ou dispensa de licitação, foram efetuadas durante a gestão do ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que se filiou recentemente ao PL e é cotado como vice na campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Existem suspeitas de sobrepreço em algumas aquisições. Um pregão realizado no dia 1º de dezembro de 2021, para a compra de filé mignon para o Comando da Marinha, tinha o preço unitário de R$ 49,90/kg. No dia 17/02/2022, o Comando da Aeronáutica adquiriu o mesmo item por R$ 71,10/kg. Uma variação de 42% para o mesmo produto em dois meses.

No Twitter, o deputado afirmou que acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF). Segundo Elias Vaz, “mais de 20 processos de investigação foram abertos e o TCU recomendou fiscalização”.

Mesma situação, um ano depois
Esta é a segunda vez que parlamentares do PSB apontam gastos excessivos das Forças Armadas com alimentos de luxo. Em fevereiro de 2021, os deputados protocolaram uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) pela aquisição de 700 toneladas de picanha e 80 mil cervejas.

Segundo informações do Portal da Transparência, em 2020, as Forças Armadas licitaram a compra de mais de 1,2 mil toneladas de filé mignon e 438,8 toneladas de salmão.