Senadores intensificam articulações para ampliar apoios e beneficiar ex-presidente e atual mandatário na eleição deste ano
Senadores Renan Calheiros e Fernando Collor têm defendido expressivamente as candidaturas de Lula e Bolsonaro, respectivamente - Foto: Agência Senado
s dois sobrenomes mais famosos de Alagoas – Calheiros e Collor – também estão medindo forças no cenário político nacional na viabilização de apoios para as candidaturas à presidência da República de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que vai a reeleição, respectivamente.
Renan Calheiros (MDB) está focado em convencer o partido a desistir da candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) para a presidência, e defende a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em entrevista à revista Veja, Renan afirmou que Lula é o único candidato que pode vencer uma disputa com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Uma das pesquisas eleitorais mais recentes, a Quaest Consultoria divulgada em 7 de abril, mostra Lula próximo de vencer em primeiro turno, mas uma terceira via com pouca força.
Na pesquisa, a senadora Simone Tebet tem 1% das intenções de voto. A margem de erro é de dois pontos para cima ou para baixo.
“Para fazer o enfrentamento do Bolsonaro tem que ser com a candidatura do Lula. Não tem nada em segredo. Temos 14 diretórios cujas lideranças preferirão Lula, lideranças que têm projeto de poder estadual, têm governo, têm prefeituras de capitais e têm uma grande quantidade de prefeituras nos municípios”, disse Renan Calheiros na entrevista.
Já o senador Fernando Collor (Pros) deve lutar pela reeleição, após renovar o mandato em 2014, quando obteve 55,7% dos votos, quase o dobro da então segunda colocada, a ex-senadora Heloísa Helena (Rede).
Collor hoje é aliado de Jair Bolsonaro (PL). Desde que se tornou senador, foi aliado de Lula e Dilma Rousseff (PT), mas votou pelo impeachment da petista, em apoio ao então vice-presidente, Michel Temer (MDB).
OPINIÃO
Para o cientista político Ranulfo Paranhos, o MDB é possivelmente ainda o maior partido político do Brasil quando se considera os governadores, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos e vereadores eleitos. “É chamado até de partido nacional e é estranho que um partido desse tamanho não lance seu próprio candidato a presidente”, questiona.
Apesar de ter uma pré-candidata a presidente, para Paranhos, o MDB não a apoia integralmente.
“Eu tenho duas hipóteses sobre o porquê de Renan Calheiros querer levar o MDB para o lado de Lula, e o fará de qualquer forma. A primeira delas é o histórico de aproximação do senador com o ex-presidente, que ele sempre deixou muito claro. E a segunda é que, como Lula tem maiores chances de ser eleito, consequentemente Renan Calheiros terá mais poder dentro do próximo governo. Isso também serve de palanque para a próxima base de Renan em Alagoas, que fará campanha dizendo que tem Lula como candidato”, opina.
Ainda na avaliação de Ranulfo Paranhos, o senador Fernando Collor encontrou em Bolsonaro uma tábua de salvação. “Se ele [Fernando Collor] não vai para o governo Bolsonaro, não vai para lugar nenhum porque não tem para onde ir”, reforça o cientista político.
Por Thayanne Magalhães com Tribuna Independente
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