Recluso desde a derrota nas urnas, Bolsonaro conversou pela última vez com Malafaia no dia 1º de novembro. De lá para cá, o líder evangélico tentou contato com o presidente em diversos momentos, mas não obteve sucesso
Silas Malafaia ao lado de Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes) |
Recluso desde a derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou pela última vez com um de seus grandes aliados, o pastor Silas Malafaia, no início de novembro.
No dia 1º daquele mês, apenas dois dias após o segundo turno, Bolsonaro ligou para o líder religioso e pediu um conselho. Na ocasião, de acordo com a coluna de Paulo Cappelli no portal Metrópoles, o presidente questionou Malafaia sobre qual postura adotar em relação às manifestações golpistas por todo o Brasil.
O religioso teria aconselhado o chefe do Executivo a pedir a liberação das rodovias, mas deixando claro que o direito aos protestos era legítimo.
Para Malafaia, Bolsonaro deveria deixar evidente sua opinião de que a revolta de seus eleitores é compreensível e se mostrar simpático a este sentimento.
Apenas um dia depois, em 2 de novembro, o presidente adotou postura condizente com o conselho em sua primeira aparição nas redes sociais após a derrota na eleição.
Em vídeo publicado, Bolsonaro pediu que seus apoiadores desobstruíssem as rodovias e disse que “isso não faz parte das manifestações legítimas”. O próprio presidente, no entanto, aconselhou seus eleitores a “protestar de outra forma”.
De lá para cá, Bolsonaro ficou recluso no Palácio da Alvorada, pouco entrou em contato com seus apoiadores e chegou a recusar visita de aliados.
Malafaia chegou a tentar conversar com o presidente em diversos momentos, mas não obteve sucesso. Já são 50 dias sem contato entre as partes.
Reclusão do presidente
A reclusão de Bolsonaro foi criticada até por seus aliados. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, chegou a cobrar publicamente que o chefe do Executivo se pronunciasse, mas sem sucesso.
Um levantamento feito no fim do mês passado mostrou que Bolsonaro foi apenas quatro vezes ao Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo, durante o mês.
Erisipela e preocupação
Segundo os próprios aliados, o afastamento do presidente seria resultado de uma erisipela, infecção bacteriana que pode atingir a gordura do tecido celular. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) chegou a publicar uma foto que seria da perna do pai, com uma profunda ferida.
Outras pessoas próximas de Bolsonaro, porém, já teriam manifestado preocupação com o estado psicológico do presidente desde a derrota nas urnas.
Por: pragmatismopolitico
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