Senador Jorge Kajuru (PSB) entregou representação à Polícia Federal nesta quinta-feira (16)
A quebra do sigilo dos gastos do cartão corporativo durante o mandato de Jair Bolsonaro a cada dia traz uma nova surpresa. Dessa vez, denúncia apresentada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) mostra que pagamentos de hospedagens e refeições se tornaram ainda mais suspeitos diante da descoberta de que os militares que integraram as equipes de segurança da Presidência da República, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), receberam diárias de forma irregular.
A representação de Kajuru foi entregue na manhã desta quinta-feira (16) ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e aponta indícios da existência de esquema de desvio de recursos públicos por meio de notas fiscais frias durante os quatro anos da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Imperioso ressaltar que as diárias não são pagas pelos cartões corporativos, mas sim depositadas na conta bancária de cada agente público. Esse instrumento existe para custear despesas com hospedagens e alimentação durante as missões", destacou o senador na denúncia
No documento, com 69 páginas, Kajuru aponta que os gastos já divulgados com cartões corporativos se tornaram "ainda mais suspeitos" porque, conforme levantado por sua assessoria, o GS pagou R$ 18,9 milhões em diárias aos militares que trabalharam na segurança do então presidente, seus familiares e do vice-presidente da República, o hoje senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), entre 2019 e 2022.
De acordo com o levantamento feito pela assessoria do senador, em 2022, o gasto com diárias de militares do GSI foi de R$ 6.938.319,89; em 2021, 3.981.156,38; em 2020, 3.368.226,95; e em 2019, 4.681.099,80.
Na denúncia, o parlamentar goiano ressalta que os números divulgados até o momento sobre os gastos do governo Bolsonaro com cartão corporativo estão incompletos. Mas o que se sabe até aqui já foi suficiente para a descoberta de casos absurdos e escandalosos por todo o Brasil. "De modo geral, o maior volume está concentrado no pagamento de hospedagens e alimentação, este último dividido em aquisições de refeições e gêneros alimentícios", descreve.
"O montante pago em hospedagens e refeições logo chamou a atenção de veículos de comunicação, uma vez que Jair Messias Bolsonaro passou os últimos quatro anos tentando passar a imagem de era um homem simples e popular, que gostava de comer churrasquinho com farofa, cachorro quente nas banquinhas de rua e pão com leite condensado. Porém, a realidade se mostrou totalmente diferente."
Senador Jorge Kajuru (PSB-GO)
Gastos absurdos
A representação de Kajuru lista uma série de absurdos com o uso do cartão corporativo do governo do ex-presidente. Como com a empresa Roberta Silva Rizzo ME (CNPJ n° 26.970.377/0001-67), localizada em Boa Vista (RR), que recebeu R$ 109 mil para supostamente fornecer 654 marmitas e 2.964 lanches à Secretaria Especial de Administração da Presidência da República no dia 26 de outubro de 2021, ou seja, 3.618 refeições em um único dia.
O senador informa que a quantidade de pessoas que se hospedaram nos hotéis contratados pelo governo Bolsonaro também se tornou alvo de questionamentos, pois os valores são altíssimos e sugerem que houve o consumo de bens e serviços de luxo ou a hospedagem de multidões.
Por exemplo, as férias que a família Bolsonaro passou nos municípios de São Francisco do Sul (SC) e Guarujá (SP) ilustram essas extravagâncias, pois foram gastos R$ 703 mil somente com hospedagens no período compreendido entre 18 de dezembro de 2020 e 6 de janeiro de 2021.
Por revistaforum.com.br
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