Vítima foi estuprada mais de uma vez e também recebeu chutes, socos e puxões de cabelos, além de humilhações verbais. Em um dos episódios, enquanto a mulher chorava e gritava por ajuda, o médico Raphael Derossi ria e continuava a violentá-la. Em outra ocasião, a vítima desmaiou após levar socos
Em depoimento, a mulher afirmou que o médico tinha comportamento agressivo e que a humilhava. Entre as ofensas que proferia contra a vítima, ele chegou a dizer: “você tem que lamber o chão que eu piso”.
As agressões verbais e insultos logo deram lugar a puxões de cabelo, empurrões, tapas, socos, chutes e violência sexual, contou a mulher à polícia. Ela teria sido estuprada quatro vezes, estando em duas delas desacordada. Segundo o Ministério Público do Rio, outras cinco mulheres já registraram ocorrências contra o médico.
Em um dos casos de estupro citados na denúncia, enquanto a mulher chorava e tentava gritar por ajuda, o médico ria e continuava a violentá-la. “Cumpre salientar que enquanto a vítima sangrava, chorava e tentava gritar por ajuda, o denunciado, de maneira perversa, ria do ocorrido e continuava a prática da violência sexual”, diz a denúncia, que é assinada pela promotora Isabela Jourdan.
No documento, a promotora aponta “violência e covardia” nos crimes cometidos por Raphael Derossi contra sua companheira. A vítima, em outra ocasião, chegou a perder a consciência após ser socada pelo médico.
“Depois de ter cometido mais um estupro, Raphael desferiu um soco na vítima, que ficou desacordada. A mulher só acordou quando foi colocada debaixo do chuveiro, quando ainda levou um chute do então companheiro”, diz a denúncia.
Os dois, que tinham uma união estável, se conheceram no começo de 2018 e foram morar juntos poucos meses depois. Em maio do mesmo ano, Raphael violentou pela primeira vez a namorada. Na ocasião, ele chegou a reclamar que “não estava conseguindo derrubá-la”, referindo-se ao consumo de bebida alcoólica. Mesmo dizendo que não queria ter relação sexual naquele momento, a mulher foi estuprada.
No ano seguinte, a mulher, após uma briga motivada por ciúmes, dormiu sem falar com o médico. No meio da noite, no entanto, acordou já sendo violentada pelo então companheiro. A vítima também foi estuprada em uma viagem realizada com o médico para Grécia, quando dopou a vítima com doses excessivas de medicação ansiolítica.
As reiteradas violências contra a vítima aconteceram entre 2018 e 2020. “Eu não conseguia ver o que eu estava passando, o que tava acontecendo. À medida eque a gente foi se relacionando, os abusos dele foram ficando mais nítidos. Porque o xingamento, você pensa “a pessoa se elevou, às vezes estava num momento que saiu de si”. Mas contra um puxão, um soco… acho que foi um momento muito nítido que as coisas saíram sim do controle”, disse.
Segundo a defesa da vítima, relembrar desse histórico não é fácil. “Ocorre o que a gente chama de ‘revitimização’, em que todas as vezes que tem que lembrar o tema, revive o terror. Traz muita dor o fato de reviver tudo”, afirmou o advogado da mulher.
Humilhada, constrangida e ridicularizada diversas vezes por Raphael, a vítima desenvolveu um comportamento depressivo, com crises de choro e ansiedade.
O médico já tinha anotações criminais por crimes semelhantes contra outras cinco mulheres. Os relatos também envolvem violência sexual e tentativas de dopá-las.
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