Hoje, no dia 30, recebi uma pesquisa de opinião conduzida por um instituto da cidade de Uberlândia entre os dias 19 e 23 de setembro, que entrevistou 502 pessoas. Embora, à primeira vista, pareça um trabalho sério, a metodologia utilizada compromete a credibilidade dos resultados: as entrevistas foram realizadas por telefone. Esse formato apresenta limitações evidentes, como a exclusão de parcela significativa da população que não possui ou não utiliza telefone regularmente, além de possíveis vieses relacionados ao perfil socioeconômico dos entrevistados. Dessa forma, fica difícil confiar plenamente nas conclusões dessa pesquisa.

A realização de pesquisas eleitorais por telefone, quando mal conduzida, pode comprometer a credibilidade das informações divulgadas, o que é profundamente lamentável. Essas pesquisas têm o potencial de distorcer a percepção dos eleitores e influenciar o resultado final das eleições, manipulando a opinião pública de maneira imprudente. Em um cenário tão delicado como o processo democrático, é fundamental que haja total responsabilidade e profissionalismo por parte dos institutos de pesquisa. As decisões tomadas a partir de dados enviesados ou pouco confiáveis podem impactar diretamente o futuro de milhares de pessoas, moldando políticas públicas e decisões governamentais de forma equivocada. Assim, é imprescindível que os procedimentos sejam transparentes, éticos e embasados em métodos científicos rigorosos, para garantir que o eleitor seja informado de forma justa e precisa.

O instituto, ao conduzir as entrevistas por telefone, cometeu um grave equívoco ao não incluir os eleitores da área rural do município, que representam cerca de 20% do eleitorado. Esse recorte excluído da amostra compromete a representatividade dos resultados, uma vez que ignora uma parcela significativa da população. Além de questionar a validade dos dados, tal falha cria um cenário favorável a determinados candidatos, que podem se beneficiar de uma distorção intencional ou acidental dos números.

Os candidatos que se aproveitam de pesquisas como essa, divulgando maciçamente nas redes sociais buscando tirar proveito, claramente violam o princípio da legalidade e da equidade, acabam contribuindo para um ambiente eleitoral desleal e antiético. Ignorar o devido respeito à lei em busca de vantagem eleitoral não só prejudica o processo democrático, como também desconsidera o direito dos eleitores de receberem informações precisas e imparciais. Em um sistema democrático, é essencial que todas as partes envolvidas, desde os institutos de pesquisa até os candidatos, atuem com responsabilidade e transparência para garantir uma disputa justa e legítima.